25 de fevereiro de 2011

Geração à Rasca

Eu faço parte desta geração onde os curriculos enviados já são em número considerável, onde as propostas de emprego (quando as há...) incluem contratos precários (entre 1 e 6 meses, se tivermos sorte) e onde os salários são básicos (entre o mínimo e os 600€)...


Se não estudarmos, melhor! Porque se estudarmos ainda ouvimos as piadinhas do "não tens experiência?!" Pois claro que não, andei a estudar... Dahhhh!!!! Pra quê???? Porque na altura era moda...


Nesta geração à rasca é o que temos e, se temos a sorte de ser contratados, temos que agradecer do fundo do coração e rezar para que o ordenado venha a tempo e que não seja pago com cheque datado para daí a 15 dias...

Há que ter sorte, como em tudo na vida, ou uma cunha, que por enquanto ainda vai resultando...


Para a malta desta geração, aqui fica o tributo dos Deolinda... A mais pura da verdade, traduzida em poema... É música!



Parva Que Eu Sou

Deolinda
Sou da geração sem remuneração
E não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!

Porque isto está mal e vai continuar,
Já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar.

Sou da geração ‘casinha dos pais’,
Se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou!
Filhos, marido, estou sempre a adiar
E ainda me falta o carro pagar,
Que parva que eu sou!
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar.

Sou da geração ‘vou queixar-me pra quê?’
Há alguém bem pior do que eu na tv.
Que parva que eu sou!
Sou da geração ‘eu já não posso mais!’
Que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar.

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