Descobri um texto super interessante no que respeita aos hábitos e à educação de bebés nos primeiros meses de vida. Vale a pena reter estes mitos para os tentar contornar no momento em que se impuserem certas questões/decisões. Segundo consta, estamos a voltar ao antigamente e, muitas das coisas que se deixaram de fazer há alguns anos, afinal estavam corretas! A meu ver trata-se acima de tudo de bom senso...
Música na gravidez Não é preciso nascer para ouvir. Hoje admite-se que o feto tem capacidades auditivas a partir das 12 semanas
e guarda memória dos sons após o nascimento. Recomenda-se a audição de
sons graves porque têm um efeito calmante e a música clássica está entre
os estilos adequados. Os ritmos binários têm a vantagem acrescida de
se assemelharem ao batimento do coração da mãe.
Aleitamento Evitar
alimentos como laranjas, cebolas, leguminosas ou chocolates não diminui
as cólicas no bebé. A alimentação da mulher deve ser variada desde a
gestação porque está provado que o feto inicia o desenvolvimento das
células sensíveis ao sabor às 14 semanas. Todos são unânimes sobre os benefícios da amamentação exclusiva até aos seis meses de vida do bebé
e provou-se que estão erradas as teorias sobre a fraca qualidade do
leite muito líquido ou que não escorre quando é deitado num copo. O
aleitamento é prioritário e deve começar ainda na sala de partos.
Esterilização Ferver
ou esterilizar biberões e tetinas não é necessário se os pais lavarem
frequentemente, e bem, as mãos. As doenças infeciosas são menos
frequentes e em condições normais de habitabilidade e de higiene basta
uma lavagem que elimine os resíduos.
Alimentos É
um erro excluir alimentos como peixe, gema de ovo, carne de porco e
frutas nos primeiros tempos de vida. A seleção visava prevenir alergias,
mas as organizações internacionais defendem que atrasar a
diversificação alimentar, mesmo em alérgicos, não traz benefícios. Outro
erro antigo: não se deve obrigar a comer nem negociar alimentos por
alimentos - por exemplo, dar uma bolacha para compensar ter comido sopa -
e os legumes e frutas devem estar sempre na mesa porque a sua presença
influenciará a alimentação na vida adulta. No passado, os alimentos eram
introduzidos com o aparecimento dos dentes e agora são recomendados aos
quatro meses, quando não há amamentação.
Suplementos alimentares Vitaminas
para quê? A sociedade moderna caracteriza-se pela abundância e uma
dieta equilibrada é suficiente. A exceção, sobretudo no primeiro ano de
vida, é a vitamina D, que gerações reforçaram com "colheradas" de óleo
de fígado de bacalhau. A tradição tem sido recuperada sob outras formas:
os ácidos gordos são decisivos na formação das membranas cerebrais e
estão a ser redescobertos em óleos de peixes de profundidade.
Peso Gordura
não é formosura. Cada bebé tem o seu ritmo e as variações nem sempre
são sinal de doença. Os pediatras afirmam que os pais modernos se
preocupam em excesso com o crescimento e recomendam que pesagem e
medição só sejam feitas nas consultas de rotina.
Sono Não
tem fundamento o medo de que os bebés deitados de costas podem sufocar
no caso de bolçarem. Em situações normais, o corpo humano está
preparado para evitar estas situações. O medo levou muitos pais a
deitarem os recém-nascidos de barriga para baixo, mas hoje é reprovável
e perigoso. É mandatório deitar os bebés de barriga para cima,
pelo menos, até aos seis meses. Depois, é o próprio bebé que escolhe a
posição mais confortável. O sono solitário foi estimulado por se
acreditar que promovia a autonomia, mas não está provado.
Morte súbita "Abafar"
os bebés não é o perigo principal. A morte de crianças saudáveis por
razões inexplicáveis continua a registar-se e estudos recentes têm
evidenciado que é mais comum quando os pais são fumadores, em famílias
monoparentais e quando o bebé é deitado de barriga para baixo.
Choro As
lágrimas são mais do que fome ou fralda molhada. Descobriu-se que os
bebés são muito sensíveis a estímulos e também precisam de aliviar a
tensão. Ou seja, às vezes basta deixar chorar um bocadinho para perceber
a mensagem.
Banho Esperar
pela digestão para dar banho é um mito. A água utilizada está morna e
não existe choque térmico, responsável pela congestão. Além disso, o
leite é de fácil digestão. O banho
deve ser um prazer e a regra é "água quanto baste e pouco produto de
limpeza", sobretudo com glicerina, porque seca e irrita a pele em
demasia.
Pele Pó
de talco fora da lista. A limpeza exagerada é inimiga da pele e um
banho seguido de uma loção hidratante é suficiente. Na zona da fralda
é necessária parcimónia no uso de toalhetes, pois limpam a sujidade,
mas também podem arrastar a camada superficial da pele. Quando a fralda
só está molhada e não existe irritação não é necessário usar creme ou
pastas sob risco de provocar uma sensibilização excessiva. E o pó de
talco está fora de moda porque as partículas podem ser inaladas pelo
bebé.
Fralda O
uso precoce do bacio está fora de questão. Os pediatras estão a
recuperar a tradição de retirar a fralda só aos dois anos porque o
controlo precoce do esfíncter pode, afinal, trazer problemas.
Botas ortopédicas Não
vale a pena olhar para os pés antes dos dois anos. A ortopedia moderna
respeita as regras de crescimento do pé e da marcha das crianças e
qualquer calçado
que faça alguma contenção interfere com a evolução normal. É ponto
assente que é o exercício e não o calçado ortopédico ou formativo que
cumpre a missão fisiológica. Sempre que possível, as crianças devem
andar descalças e usar sapatos que protejam apenas o tornozelo e o
calcanhar.
Creche A
socialização, afinal, só começa aos três anos. Na sociedade atual mães
e avós trabalham e os bebés vão para a creche cada vez mais cedo.
Contudo, a maioria dos pediatras regressou ao passado para recomendar os
cuidados dos avós até aos três anos. Argumentam que os ganhos de afeto
compensam.
Febre A
temperatura não é doença. A maioria das crianças faz quatro dias de
febre e não é preciso baixar a temperatura de imediato como querem os
pais dos nossos dias. Os médicos alertam que a febre é muitas vezes é um
mecanismo de defesa do organismo e que um sinal de serenidade é a
criança continuar a brincar.
Tosse Adeus
ao xarope. Tossir é uma forma do corpo para eliminar secreções e
melhorar a respiração. Trata-se de um sintoma e não de uma doença e nos
primeiros anos de vida não são recomendados inibidores.
Aerossóis São
os grandes terapeutas do século XXI. Ajudam a respirar melhor, contudo,
os médicos têm dúvidas sobre o que os próximos avanços podem revelar
sobre a sua utilização.
Ginástica respiratória Comum
na década de 90 revelou-se desnecessária. Era usada para bronquiolites
e hoje sabe-se que aumentam o cansaço e as dificuldades de respiração.
Remédios caseiros Vivem-se
tempos de medicação excessiva. As precauções sobre o uso de remédios
estão na ordem do dia e a regra é recuperar remédios caseiros como o
xarope de cenoura e os preparados com mel.
Vacinas O
calendário mudou. As crianças dos nossos dias são mais vacinadas - e
dizem os pediatras, estão mais protegidas - e já não é preciso
recomeçar do zero quando há atrasos muito grandes.
Flúor As
gotas outrora comuns foram trocadas pelos dentífricos. Atualmente é
promovida a lavagem cada vez mais precoce dos dentes, aliás, logo que a
dentição aparece na vida do bebé.
Brinquedos Quantos
mais, pior. As crianças precisam de estimular a imaginação e para isso
não podem ter muitos brinquedos para poderem explorá-los ao máximo,
dando-lhe várias utilizações. Os pais devem guardar os presentes,
optando pela distribuição ao longo do ano.
Animais Os
eternos amigos estão de volta. Após várias teorias sobre o risco
acrescido de alergias, cães, gatos, pássaros e outros animais são
desejáveis para o desenvolvimento da criança.
Desporto O
cloro não faz alergia. A prática desportiva é defendida para o
desenvolvimento psicomotor e a natação volta a liderar as preferências. A
qualidade da água das piscinas melhorou e os bebés podem nadar a partir
do sexto mês de vida. Só é preciso limpar o cloro com um banho
abundante e dar bastante água para minimizar a sua presença no
estômago.
Regras O
ónus dos pais sobre a personalidade dos filhos está mitigado. Passou a
ser admitido que há crianças difíceis que complicam a vida das famílias
e que as regras são, por isso, indispensáveis. A negociação deve
existir, mas sem rendição, em especial, dos pais.
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