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O Dr. Jorge Naufal dá dicas práticas para os homens
enfrentarem, e participarem intensamente, do período da gestação.
Hoje não se discute mais a participação do futuro pai
no pré-natal da mulher grávida; aliás, diria que é imprescindível e necessário.
É recomendável sempre que possível, acariciar o abdômen da mulher, dizer palavras doces e meigas no sentido de procurar uma comunicação física com o feto que está sendo gerado, transmitindo todo o seu carinho e afeto para o filho que deverá chegar em breve.
Esteja convicto que o feto esta recebendo esta
comunicação e emoção transmitida. A parede do abdômen e do útero não são
obstáculos para este acesso, pois está provado que o feto percebe sons,
temperatura, luz e movimentos que ocorrem na parte externa próxima à parede
abdominal da grávida, portanto o diálogo da mãe ou do pai com o futuro bebê é
totalmente viável.
Muitos maridos passam a tratar a mulher de maneira
muito diferente da habitual, como se a esposa estivesse doente, cercando sua
liberdade de movimentação ou expressão.
Recomendamos que o companheiro procure ser carinhoso,
atencioso, e, principalmente, mostre atração física e psicológica pela mulher,
que muitas vezes se sente fisicamente menos sensual pelo estado gestacional e
mudanças de seu corpo. Portanto, carinho e atenção à mulher grávida nunca são
demais.
A gestação é instável do início da gravidez até o quarto mês, quando a placenta passa a funcionar plenamente, substituindo o corpo amarelo na produção dos hormônios, e também as vilosidades coriônicas na alimentação do embrião. Até atingir esta fase, é maior a possibilidade de ocorrer o aborto e realmente ele ocorre em vinte por cento das primigestas (primeira gestação) isto significa que, de cada cinco gestantes, uma vem a apresentar aborto.
Nesta fase, devido ao risco maior de sangramento e
aborto, a relação sexual deverá ser delicada, sem grandes movimentos
abrutalhados, e sem grandes acrobacias ou mudanças de posições ou, ainda, sem
posições esdrúxulas.
A gestação é mais estável do quarto ao sétimo mês, desde que não haja placenta de implantação baixa ou placenta prévia; até o quinto mês, a posição poderá ser tipo "papai-mamãe" (o homem por cima da mulher deitada na horizontal, de barriga para cima). Do quinto mês em diante, a relação deverá ser de lado; isso é válido principalmente após o sétimo mês, devido ao risco de estimulação da contração uterina e, obviamente, de parto prematuro.
Com todo o cuidado, o casal poderá ter relações até o
oitavo mês e meio ou, mesmo, nas proximidades do parto. Após o parto, deverão
reiniciar as atividades sexuais após quarenta dias, quando o colo uterino se
encontra fechado, o sangramento pós-parto já cessou e o útero já sofreu uma boa
involução.
O marido deve ter muita paciência e ser participativo, pois metade do material genético é de sua responsabilidade. A mulher, quando fica grávida, sofre modificações muito grandes na sua estrutura física, mental, psicológica e social - fica mais insegura, mais agressiva, chora com facilidade e, muitas vezes, fica cheia de caprichos e desejos. É fácil entender estes mecanismos e atitudes, pois a mulher é semelhante a toda fêmea prenhe que quer defender a sua futura cria (ou, no caso dos ovíparos, o seu ovo). É como se o resto do universo fosse inimigo e hostil; a agressividade se volta inclusive contra o marido ou os familiares - portanto, é preciso que haja muita paciência, muito diálogo, muita atenção e muito carinho, para não se desestruturar a estabilidade já precária da gestante.
Toda vez que houver condições de o marido atender a um capricho da gestante, deverá fazê-lo, desde que não seja absurdo; neste caso, deverá dialogar com ela e mostrar a impossibilidade da execução do mesmo, e, não, recusar diretamente o pedido.
Também não deverá forçar a relação sexual, pois, na
gestação, na grande maioria das vezes, existe uma diminuição da libido - nenhum
animal prenhe aceita a cópula; o ser humano é o único que continua a atividade
sexual em caso de gravidez. O marido deve ter cuidado para não forçar esta
situação, pois daí poderá advir consequências graves no relacionamento do casal
e a mulher poderá se sentir humilhada, ultrajada ou, mesmo, ter a sensação de
ser estuprada. Deve-se procurar, sempre, respeitar este aspeto.
O companheiro deve, sempre, conversar a respeito da gravidez, saber como a gestante se sente, ouvir suas queixas, traçar planos futuros, estimulá-la a atividades saudáveis e criativas como leitura, exercícios, etc. Deve participar das massagens recomendadas para o corpo dela e, sempre que possível, em fase mais adiantada da gravidez, ajudá-la a se levantar ou fazer serviços para os quais ela se encontre impossibilitada, como carregar muito peso ou abaixar-se demais, poupando-lhe esforços que possam causar dor ou contração uterina.
Quando a gestante estiver sozinha, deverá, ao sair da
cama, seguir a sequência: virar de lado, colocar uma perna para fora da cama em
seguida à outra e apoiar a suspensão do corpo, usando o braço de baixo.
É interessante o marido, sempre que possível, acompanhar o trabalho de parto da mulher e, também, estar presente por ocasião do nascimento do bebê, quer seja parto normal, quer seja cesárea, pois, assim, irá valorizar e enaltecer o desempenho e tudo o que a mulher passou no transcorrer da gravidez e da maternidade.
O marido deve, junto com todos os familiares, criar um
ambiente calmo, alegre, recetivo e extremamente voltado a todo o apoio e
segurança à grávida. Só assim ela terá uma gestação saudável sem percalços.
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